Por uma semana discutimos sobre a influência do esporte em
nossas vidas.
O filme “Linha de Passe” foi o disparador para as discussões.
Veja o trailler :
Depois de assistir ao filme discutimos sobre o sonho de um
dos personagens de ser jogador de futebol e as dificuldades encontradas por
ele.
Pensamos quais outros sonhos também são possíveis para os
jovens, além de ser jogador de futebol.
O filme ainda nos ajudou a pensar sobre as poucas oportunidades que tem os jovens que moram nas periferias da cidade e a pensar em quais outras possibilidades podemos encontrar.
O grupo em alguns momentos se identificou com as histórias do filme, seja do jovem que busca alivio para as angustias na religião, no menino que sonha em dirigir , na mãe que com muitos filhos, motoboy e claro do jovem que sonha em ser jogador de futebol.
Na mesma semana fizemos a visita ao Museu do Futebol. O que
contribui mais ainda para o entendimento de como o esporte faz parte do nosso cotidiano e
da historio da nossa cidade e do nosso país.
"Quem não vê bem uma palavra, não pode ver bem uma alma" Fernanda Pessoa
Em agostos e meados de setembro tivemos varias atividades
focadas no letramento.
Para iniciar as atividades algumas questões nortearam nosso
primeiro encontro sobre o tema.
Perguntei para os jovens em forma de bate-papo:
O que é linguagem?
Como eu me comunico?
Quais são as formas de linguagem?
A turma não conseguiu dizer o que era linguagem, mas
respondeu que é possível se comunicar através da fala. Acrescentei que a
escrita também é uma forma de comunicação. O que foi fácil de exemplificar as
respostas sobre as formas de linguagem. Os jovens responderam por email,
facebook , Orkut e não foi mencionada o
livro. Então, acrescentei o livro e o grupo falou “ninguém tem paciência para
ler livro”
Aceitei os conceitos dos jovens e pontuei a importância da
escrita, pois mesmo nas redes sociais o principal meio de comunicação é a
escrita.
No mesmo dia introduzi conceitos sobre crônica.
Duas músicas foram utilizadas como exemplo de crônica. Tarde
Vazia (IRA) e Não fácil (Marisa Monte).
Vendo os videos e com as letras dasmúsica
em mãos discutimos os aspectos da crônica na letra. Discutimos o conteúdo da
letra.
Então, propus que cada jovem construisse uma crônica.
Segue exemplo de
uma crônica.
Texto da Kalline:
A Terça - feira parecia
pequena para o tanto de coisas que ela tinha preparado pra mim.
No curso Jovens urbanos no Instituto Alana,
coisa importante que acabamos de estudar um assunto de muita importância falando
sobre crônicas.
O cuidado com as palavras que eram sugeridas naquelas letras daquela música realçava tão bem.
Não podia esquecer-se da Crônica – Mulheres
que tínhamos lido naquele momento bem cedo, prazer de conviver por dias na mente,
com os temas relativos à mulheres e assuntos tão delicados, de grande
responsabilidade de compreender de um modo geral como se nós mesmos tivéssemos
criados.
Um assunto de muita importância e romantismo
que as palavras citadas em cada trecho daquela crônica ressoava em meus ouvidos.
Em outro encontro confeccionamos bonecos.
A ideia era facilitar
a imaginação dos jovens e possibilitar um campo fértil para a construção de
histórias, crônicas, contos e poesias, utilizando a personagem do boneco.
Foi criada a Maria Clara, 16 anos. Moradora do Jd.Pantanal.
Outra estratégia de letramento a atividade “banquete de
livros”. Os jovens ao chegarem na sala encontram uma mesa “recheada” de livros
de diversos gêneros. Livros de contos, crônicas, poesias e biografias. Além do
livros também haviam jornais, gibes, fanzines e revistas.
Os jovens foram convidados a simplesmente folhearem o
material disposto.
Depois de um tempo pedi para que cada participante
escolhesse algum material que gostou. Poderia ser qualquer texto ou tema que
por algum motivo tivesse gostado.
Alguns jovens a principio disseram que não gostavam de nada
porque livros não tinham nada de interessante e outros que estavam com preguiça
de ler. Então, sugeri que apenas abrissem os livros e selecionasse alguma
palavra / imagem que gostassem.
As escolhas foram feitas. Gustavo por exemplo, selecionou
uma tirinha de Ziraldo que achou divertido. Antônio o grafite que estava num
fanzine, Suzana uma propaganda e kalline uma reportagem.
Aproveitando a disposição da sala de informática fomos ao laboratório
e pesquisar na internet sobre as diversas formas de linguagens selecionadas.
Gustavo pesquisou outras tirinhas de Ziraldo;
Antônio sobre a história do grafite
Suzana sobre a comunicação por meio da propaganda
Kalline sobre as reportagens.
Discutimos ao final sobre as descobertas de cada um e sobre
como a linguagem nos pertencem e como ela é valiosa mesmo que não percebamos.
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Atividade “ Se eu
fosse um livro...”
Para iniciar o encontro conversamos sobre os diversos gêneros
literários. Drama, Açao, Comedia ... e depois da conversa os jovens foram
convidados a pensarem:
E se eu fosse um livro...
Eu
seria um dos cem menores contos brasileiros do século.
Sidney Moreira
Se eu fosse um livro...
Gostaria
de falar de amor, romance, drama ou até ser um livro de engraçado, talvez
interativo ou informal. Pode ser também biografia ou cultural. Talvez ficção ou
de conto de fadasou um romance amoral
beijos, beijos e felizes para sempre...
Karina
Visita a Bienal do Livro
Aproveitando o tema tivemos a oportunidade de visitar a Bienal do Livro.
Antes de visitarmos o Museu da Língua Portuguesa os jovens
produziram alguns textos
seguem algumas produções:
Crônica sobre o Museu do Futebol
Foi um dia muito divertido com as
meninas, andamos de trem e descemos na Barra Funda de lá pegamos um ônibus e
descemos em frente ao Pacaembu.Chegando
lá guardamos nossas coisas e entramos no museu que tinha uma maquete na
entrada.Muito legal! subimos em uma
escada rolante e vimos um vídeo do Pelé logo na entrada dando boas vindas. Foi
bem legal me senti muito bem recepcionada e o interessante é que ele falava
três línguas.Depois entramos em um
lugar escuro aonde tinha varias fotos de jogadores e depoimentos, logo depois
entramos em uma sala que mostrava o grito e a emoção da torcida dava a
impressão que estávamos no jogo. Tiramos fotos e fomos para outra sala que
tinha muitos quadros. Depois entramos em uma sala que mostrava um vídeo do
Brasil perdendo a Copa do Mundo e a decepção muito grande para o todo o povo do
Brasil. Seguimos para outra sala que tinha fotos e vídeos fiquei muito admirada
de fatos e acontecimentos de outros anos da copa tiramos mais fotos vimos
estrangeiros e fomos para outra sala que mostrava a evolução da bola e dos
uniformes muito diferente das de hoje.Vimos também objetos usados para jogar bola e, depois vimos o estádio,
que pela tv parecia maior mais é um pouco pequeno e conhecemos pessoas novas e
vimos um filmagem do Ronaldinho em 3D que eu achei muito chato.
Joguei um pouco de futebol e tiramos uma
fotoe saímos do museu. Fomos ao
banheiro pegamos nossa coisas e comemos um lanche. Eu e minhas amigas
entregamos maças para os taxistas e tiramos mais fotos e fomos embora.
Laís Monique
“No dia que eu fui pro Hop-Hariquando entrei logo tinha um pessoal
esquisito. Alguns caras começou a zoar com eles. Eu e meus amigos fomos para a
montanha russa e ficamos muito alegres. Ainda fomos pro elevador do Hop-Hari
efiquei com muito medo e nunca mais queropassa por isso.
Mesmo com o medi agora eu sei que foi
o dia mais da hora da minha vida!
Quando chegou a noite ainda fomos numa
festa em uma casa e lá que foi muito engraçado. O meu colega queria ficar com
uma mina quando ele foi beija-la, ela não quis.Ele saiu e quando voltou para tentar conquista-la, outro menino estava
ficando com ela.
Meu colega ficou tão bravo, mas decidiu
procurar outra menina pra ficar. Encontrou mas a menina só ficaria com ele se
ele arrumasse um colega pra amiga dela. Ai ele me chamou pra ir com ele e ai eu
fui quando cheguei lá a menina era muito feia. Nem fiquei” kkkk.... essa é minha história”
Antônio
“No dia 19 eu
foi por campo jogar bola ai eu encontrei um muleque pra jogar bola.Lá tava o Pipo, Paulinho, Fefi, Zinho, Kinho,
Leleu e mais alguns muleques.O tempo estava
bom pra jogar bola, não estava chovendo e o sol não estava muito forte.
O time era eu
o Pipo e o Zinho e outro time era o Leleu, Paulinho e o Fefi e os outros
muleques ficarão de próximo. E ganhamos de 2 x 1 e o jogo foi muito pegado. O Pipo
fez um gol ele deu um chapezinho no Leleu e tirou a bola do goleiro e fez o
gol. Os outros times fizeram o gol e quem fez o gol foi o Paulinho ele deu um
rolinho no Zinho e chutou no gol e o goleiro deixou passar. O meu gol foi de
falta .
Ai acabo o
jogo cada um foi pra sua casa tomar um banho pra ir para festa. A festa foi muito
louca. As 6:00 foi todo mundo embora para sua casa.”
Alef
MUSEU DA LINGUA PORTUGUESA
Visitamos o Museu da Lingua Portuguesa para ter um outro contato
com a palavra e a literatura.
A ideia era aproximar a literatura ao nosso
cotidiano.
Aproveitamos para visitar no mesmo dia o Parque da Luz
As primeiras duas semanas de experimentação, já está renderam
produtos de qualidade.
Vou falar hoje especificamente da experimentação Coneão Atitude que acontece no Instituto Alana e que tenho acompanhado bem
de perto .
Asdrubal Serrano (assessor) explicou que utiliza a metologia
do Teatro do Oprimido. Logo no primeiro encontro os jovens escolheram um tema
para atuar e no mesmo dia fizeram a encenações.
O tema da primeira encenação era uma situação de
prostituição de um grupo de meninas que sendo adolescentes se revoltavam com os
pais e saindo de casa não tinham recursos financeiros para sobreviverem e acabavam
se envolvendo com a prostituição e drogas.
No processo de construção da encenação os jovens ficaram
muito avontade , eles decidiram o texto e como representariam. Asdrubal orientava
os jovens com algumas dicas básicas, pois explicou que nesse momento a ideia era
interferir o menos possível no processo de criação.
O grupo está bem diverso contando a presença de jovens além
do Alana das ONG´s Sepas, Vila Mara e CECRA.
Nesse sábado (29.09.12) os dois grupos da experimentação
Conexão Atitude (manhã e tarde) apresentaram as peças criadas no período de 4
encontros.
A apresentação fez parte do evento: 1ª Mostra Teatral de Direitos
Humanos. No Teatro 184 no centro da cidade- Praça Rooselvet.
A reação dos jovens foram as mais diversas, alguns disseram
sentir muito medo e não conseguir apresentar, outros não apareceram no dia da
apresentação, mas a maior parte do grupo apareceu, participou e fizeram uma excelente
apresentação.
As experimentações continuam e as expectativas são as mais
diversas. Talvez novas apresentações ocorram , talvez esse momento seja uma
semente plantada em cada um e que brote a vontade de cada vez mais estar em
contato com a arte , a cultura e consigo mesmo.
Atividade no Instituto Alana
APRESENTAÇÃO NA 1ª MOSTRA DE DIREITOS HUMANOS
Depois das apresentações um debate sobre Direitos Humanos